Cais Velho de Alcoutim - Município de Alcoutim – Site Institucional
Cais Velho de Alcoutim
Serve desde tempos imemoriais a vila, localizando-se perto da Igreja Matriz. Ponto de encontro e de cruzamento entre pescadores, barqueiros, almocreves, mercadores, guardas, contrabandistas, médicos e padres que serviam em Alcoutim e em Sanlúcar de Guadiana. Foi sempre o principal elo de ligação com o rio Guadiana, por onde chegavam e exportavam produtos e ponto de partida e chegada de viajantes.
Sensivelmente a meio do rio, em frente deste cais, a 31 de março de 1371 representantes de D. Fernando de Portugal e D. Henrique II de Castela, acordaram um tratado de paz que ficou conhecido como “Pazes de Alcoutim”. No ano de 1573, no dia 4 de fevereiro, foi neste cais recebido pelo Conde de Alcoutim, D. Miguel Luís de Menezes, e pelos vereadores da vila, El Rei D. Sebastião, aquando de uma viagem ao Alentejo e Algarve para preparar o ataque ao Norte de África. Durante o século XVII, quando a vila foi dotada de muralhas, aqui se situou a Porta do Rio, uma das únicas três entradas na vila. A maior cheia do Guadiana que há memória, no ano de 1876, que destruiu os Paços do Concelho e a Alfândega, também provocou grandes estragos à muralha do cais velho, que teve de ser consertada nos anos seguintes. Há notícia que os materiais do pelourinho medieval de Alcoutim, provavelmente também muito danificados pelas águas do rio, tenham sido incorporados na estrutura restaurada do cais. Aqui teve início a primeira estrada construída neste concelho, que ligava Alcoutim ao Pereiro, conservando-se ainda no local o marco do “km 0”. Estas infraestruturas, o cais e a estrada, foram utilizadas pelo rei D. Carlos que, em finais do séc. XIX inícios do séc. XX, dedicou algumas jornadas de caça à lebre nas achadas do Pereiro. Viajava no iate da Casa Real até Alcoutim, via Guadiana, onde desembarcava e seguia de charrete até ao local da caçada.