Situam-se junto à estrada municipal nº 507, que segue junto ao rio Guadiana, a cerca de 9 km a sul de Alcoutim.
As ruínas deste local ficaram a ser conhecidas após a grande cheia do Guadiana, no ano de 1876. Em março do ano seguinte o arqueólogo Estácio da Veiga realiza no local a primeira escavação e conclui estar perante uma villa romana.
A continuidade da investigação, a partir dos anos 90 do século seguinte, revelou que as ruínas do Montinho das Laranjeiras incluem três áreas distintas - a pars fructuaria, de época romana, a ecclesia visigótica e os buyut, islâmicos. O local teve, como tal, uma larga ocupação desde o século I a.C. até ao século XII/XIII d.C.
A primeira construção data do século I a.C. e a sua localização proporcionou o estabelecimento de trocas comerciais com mercadores que sulcavam o rio até Mértola.
Nos finais do século VI, princípios do século VII, aquando do domínio ravenaico-bizantino no sul da península, foi construída uma ecclesia de planta cruciforme que imitava o mausoléu de Gala Placídia.
Quanto às casas islâmicas (buyut), terão pertencido a famílias arabizadas e a partir da cerâmica encontrada no nível de abandono, deduz-se que a última fase de ocupação teve lugar na época almóada (séculos XII - XIII). Devido à sua inusual extensa dimensão, coloca-se a hipótese de aqui poder ter funcionado uma hospedaria (funduq) para albergar os comerciantes que se deslocavam pelo Guadiana.
Trata-se de um monumento megalítico pré-histórico, do período de transição entre o Neolítico Final e o Calcolítico Inicial (3.500/2.900 a.C.), constituído por dois núcleos de alinhamentos de menires (um com três menires e outro com quatro estelas-menires), que prevalece ímpar e sem paralelo até ao momento no território português.
Situa-se a cerca de 1.5 Km a nordeste da povoação de Afonso Vicente, no alto de um pequeno outeiro com 155 m de altitude, entre o vale do Lavajo e o barranco do Lavajo, na freguesia de Alcoutim.
O primeiro testemunho arqueológico intervencionado foi o grande menir identificado em 1992, no vale do Lavajo. Talhado em grauvaque e com uma complexa decoração de carácter geométrico e de cunho simbólico, é o maior dos até agora registados nesta rocha, no Algarve. Em setembro de 1998 procedeu-se à escavação do local e foi então identificado, não só o seu alvéolo de fixação, como também mais dois menires, infelizmente fraturados e já removidos do seu local de implantação primitivo. Três anos mais tarde (2001), a intervenção arqueológica do outro lado do Vale do Lavajo (Lavajo II) permitiu confirmar um novo conjunto de quatro estelas-menires, todas elas afeiçoadas por picotagem, bem como o alvéolo respetivo de fundação (orientado por Este-Oeste), onde se encontrava ainda in situ a menor das quatro estelas-menires identificadas.
O conjunto de artefatos associados a estes monumentos e identificados nas intervenções arqueológicas realizadas em 1998 e 2001, foram realizados com matérias-primas (sílex, anfibolito e fibrolite) provenientes do interior do Baixo Alentejo, assim como do litoral algarvio ou andaluz, o que evidencia a forte interação destas populações.
A intervenção de valorização executada em 2002/2003 neste notável conjunto megalítico não funerário, o único conhecido em todo o Sotavento Algarvio, tornou não só visitável o primeiro núcleo, como assegurou a preservação do segundo núcleo, cuja musealização se afigurava mais complexa e problemática.
O núcleo visitável é composto pelo alinhamento de dois dos três menires talhados em grauvaque e existentes no local (o terceiro elemento, muito fraturado, encontra-se no Núcleo Museológico de Arqueologia, do Museu Municipal de Alcoutim).
O Castelo "Velho" de Alcoutim é uma estrutura defensiva do período islâmico, edificada entre os séculos VIII e IX, tendo sido abandonada no século XI/XII, num período de instabilidade criada pelas revoltas locais que assolaram a região. Localiza-se a 1,5 km para norte da vila de Alcoutim, numa zona sobranceira ao rio Guadiana, no cerro de Santa Bárbara.
O castelo, que teria a função de um fortim militar, tem a configuração de um palácio fortificado rural. Este pequeno alcácer residencial ocupado por um grupo familiar de um muçulmano, talvez da tribo berbere dos Kutama, controlaria o tráfego mercantil do Guadiana e teria o domínio sobre a exploração dos recursos económicos locais, designadamente sobre a exploração mineira.
A zona da alcáçova possui uma mesquita Omíada, única em Portugal. Construída no século X, é um pequeno edifício religioso cujo acesso se fazia por um átrio. O seu interior mantém visível o mihrab (nicho que indica a orientação da oração dos muçulmanos, neste caso para sudeste, que é a direção da cidade santa - Meca).
As escavações efetuadas, desde 1985, revelaram diversos materiais arqueológicos (que podem ser vistos no Núcleo Museológico de Arqueologia, do Museu Municipal de Alcoutim), como numerosas pontas de lança e abundantes artefactos de cerâmica, alguns dos quais importados, designadamente peças vidradas e decoradas, que levam a considerar que os habitantes tinham um certo desafogo económico.
A análise dos restos alimentares revelou uma dieta de tipo urbano, com amplo consumo de carne. Por outro lado, a recolha dos artefactos relacionados com jogos e os fragmentos de tambores apontam para um gosto especial pelas atividades de lazer.
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