Site Autárquico de Alcoutim

Serpenteando Junto ao Guadiana

(de carro/moto/bicicleta)

 

Aproveite o dia e saia em direção ao Rio Guadiana, comece por se deslocar a Guerreiros do Rio, onde pode visitar o Museu do Rio, em Guerreiros do Rio. Neste núcleo sede do Museu Municipal, pode ficar a conhecer um pouco do rio, das artes da pesca, das atividades piscatórias e das suas gentes e das relações delas com o Grande rio do Sul.

Sabia que o rio Guadiana nasce na província espanhola de Ciudad Real, tem uma extensão total de cerca de 830km e torna-se navegável nos últimos 48 Km, entre o Pomarão e Vila Real de Santo António, onde a sua largura varia entre 100 e 500 m?

O Guadiana foi a via natural de acesso de sucessivos povos da bacia mediterrânica ao Sudoeste da Península Ibérica, que teriam conhecimento da riqueza mineral existente na região do Baixo Alentejo. Os romanos chamaram-lhe Ana ou Anas e os árabes juntaram-lhe Uádi (rio). Durante tempos foi conhecido por Odiana e hoje recebe o nome de Guadiana.

A navegabilidade do Baixo Guadiana até Mértola permitiu o intercâmbio comercial e cultural com as comunidades agro-pastoris do interior. O Guadiana passou a inscrever-se nas rotas comerciais do Mediterrâneo e do Atlântico. Ouro, prata, cobre, trigo, couro, azeite, mel, sal e pescado foram alguns dos produtos que animaram o tráfego fluvial durante dois milénios.

Antes de partir à descoberta de alguns dos vestígios arqueológicos do concelho, peça no museu para visionar os filmes que aqui temos para ficar a conhecer mais sobre a atividade do contrabando, que foi o sustento de muitas famílias, durante uma boa parte do século passado, em especial na altura da guerra civil espanhola (1936-1939) e anos seguintes, ou sobre as artes tradicionais de pesca no Guadiana.

Quando sair do museu poderá ainda escolher experimentar momentos de lazer acompanhado de um refresco em alguma das esplanadas junto ao rio e com vistas sobre ele (quiosques de Guerreiros do Rio e Laranjeiras e Alojamento de Turismo Rural Paisagens do Guadiana, no Álamo).

Siga a estrada marginal (municipal 507) do Guadiana para norte, depois de passar as Laranjeiras vai encontrar as ruinas do Montinho das Laranjeiras, villa romana que teve também presença visigótica e islâmica, e que foi descoberta depois das grandes cheias de 1876. No local existe uma torre circular de madeira à qual pode subir de forma a ter uma visualização perfeita de todo o complexo.

Continue a sua visita em direcção a Norte e 3 kms mais á frente pare no Miradouro do Pontal, que é seguramente um dos locais onde terá uma das mais impressionantes vistas sobre o Rio Guadiana e o seu serpentear, as suas hortas e ainda a margem espanhola. A vista perde-se um pouco no horizonte e pode-se deslumbrar a quantidade de veleiros de marinheiros de várias origens, que antes de cumprirem os seus sonhos de passar o atlântico abrigam-se neste rio que é um dos últimos portos de abrigo do sudoeste europeu.

Depois de este momento de rara beleza, continue pela estrada fora, direcção a Alcoutim, cruze a vila e suba pela estrada direcção às Cortes Pereiras, mais precisamente aos Menires do Lavajo, aos quais pode aceder por caminhos de terra entre esta povoação e o monte de Afonso Vicente.

Os menires do Lavajo são um daqueles lugares isolados onde nos perguntamos como foi possível ser habitado há cerca de 3000 anos. Monumento megalítico pré-histórico com covas esculpidas na pedra, testemunho de cultos ancestrais. Pense na opção de visitar o local uma segunda vez à noite, de forma a poder deslumbrar maravilhoso céu que este cenário oferece, sendo que pode consultar os eventos do ano onde poderá encontrar alguma caminhada de estrelas ou lua cheia, onde pedir aos serviços municipais de turismo contactos de empresas que ofereçam este tipo de serviço.

Junto com o património histórico esta zona de roteiro tem para lhe oferecer alguns pormenores e conjuntos de património rural edificado muito interessantes: dê um passeio pelo monte das Cortes Pereiras, onde poderá visitar também as Cerâmicas de Alcoutim, oficina de cerâmicas, esculturas e azulejaria e pelas ruas de Afonso Vicente, onde poderá encontrar pormenores arquitectónicos bastante interessantes.

Se gostar deste tipo de passeio pelos montes, pequenos aglomerados populacionais do Nordeste Algarvio, não perca a oportunidade de visitar e caminhar nas ruas da Corte Tabelião, do Torneiro, do Marmeleiro e da Corte da Seda. Irá poder apreciar os fornos e fornalhas comunitários de pão, os beirados e telhados das casas, os palheiros e ramadas e outros aspectos das construções tradicionais da região. Na Corte da Seda poderá também observar o rebanho de cabras Algarvias, no sítio da Cabra Algarvia, onde com tempo e sob reserva pode pedir um passeio com o pastor à empresa Fonte d’ Almece, com direito a piquenique no campo, com o queijo de cabra, o pão serrano, o mel, as azeitonas e o sumo de laranja ou um bom vinho caseiro.

No final do dia extenuante pode ainda parar nos Balurcos para um lanche ou jantar, na Taberna do Ramos, junto às Bombas de Gasolina das 4 estradas, onde encontrará a possibilidade de degustar várias iguarias da região, ou em qualquer outro restaurante do nosso roteiro gastronómico Sabores da Serra ao Rio.

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