Site Autárquico de Alcoutim

Festival do Contrabando
27 março, 2020 - 29 março, 2020
Eventos
Cartaz

O Município de Alcoutim cancela Festival do Contrabando previsto para os dias 27, 28 e 29 de março, como medida preventiva no âmbito da transmissão do vírus COVID – 19.

 

Seguindo as diretivas da Direção Geral de Saúde, no que respeita ao COVID-19, esta é, pois, uma medida preventiva já que o Município reconhece “a forte probabilidade de possível risco de contágio e consequente risco para a saúde pública”, por estar envolvido um número significativo de visitantes de diferentes nacionalidades, das quais já existem vários casos confirmados de infetados.

Organização: Município de Alcoutim e Ayuntamiento de Sanlúcar de Guadiana – evento financiado pelo Programa 365 Algarve.

Festival de artes no Guadiana, com mercado de época, animação de rua, exposições, gastronomia, artesanato e ofícios antigos.

“Ao avistar Sanlúcar, quando visitou Alcoutim, em 1980, para escrever o livro “Viagem a Portugal”, José Saramago anotou nessa sua obra: as duas vilas, postas sobre o espelho da água, hão-de ver-se como o espelho uma da outra.”

Este espelho toma todo o sentido com o Festival do Contrabando, evento que regressa com a sua quarta edição no final do mês de março, mais precisamente nos dias 27, 28 e 29.

O tráfico de Artes no Guadiana irá fazer-se sentir nas vilas de Alcoutim e Sanlúcar de Guadiana, através de um festival apoiado pelo programa cultural 365 Algarve que é uma iniciativa das Secretarias de Estado da Cultura e do Turismo, com financiamento do Turismo de Portugal e execução da Região de Turismo do Algarve. Outros apoios que o evento tem vem da Junta da Andalucia e das suas Conselheria de Presidência, de Cultura e Património Histórico, e de  Turismo, da Diputacion de Huelva, Patronato Provincial de turismo de Huelva,  Mancomunidad de Municípios de Beturia, Fundacion Cajasol, para além da empresa Delta Cafés.

O Festival do Contrabando tem como base a junção e fusão da homenagem a uma atividade que ao longo da história foi importante para as gentes da fronteira, com as artes e a cultura. A paisagem fronteiriça que desafiava os destemidos na passagem de mercadorias, agora é palco de vários projetos culturais que transportam para o interior das populações e seus visitantes, os sonhos e ambições, trazendo até às Vilas Raianas de Alcoutim e Sanlúcar de Guadiana uma oferta cultural que desafia todas as condicionantes existentes.

A ponte flutuante de 220 metros será de novo estendida sobre as águas do Guadiana, permitindo ao visitante desfrutar de um evento em dois países, algo único em todo o mundo.

O Mercado à Moda Antiga será a montra de costumes e tradições das gentes da fronteira aos olhares dos milhares de visitantes que nos próximos dias 27, 28 e 29 de março visitarão o Festival.

Alcoutim e Sanlúcar de Guadiana irão abrir as suas portas a uma festa que celebra a sua cultura, recupera os seus usos e costumes. Serão três dias de festa, de alegria e de convívio, de homenagem às gentes de outrora das quais as duas vilas herdaram tradições e uma cultura que as identifica e orgulha.

 

O evento pretende reviver os mercados que se realizavam nas décadas de 30 e 40 do século passado, e onde as gentes da região, deslocavam-se para venderem os seus produtos da terra, sobretudo produtos agrícolas.

 

Assim, além de proporcionar um momento de lazer, o Mercado à Moda Antiga é uma referência no que diz respeito usos e costumes daqueles anos nesta zona de fronteira, e que são recriados com um objetivo de partilha de saberes: ofícios à moda antiga, artesãos, produtos agrícolas, utensílios da vida rural, trajes antigos, atuações e desfiles folclóricos, personagens teatrais de rua são alguns dos elementos que constituem o cenário do Mercado.

 

Cestaria, olaria, utensílios e brinquedos em madeira, tecelagem, latoaria, caldeireiros, empreita, bordados e rendas, artes em couro, saboaria tradicional, licores, ervas aromáticas, cerâmica e a arte de trabalhar o couro, farão parte das artes que o visitante poderá descobrir ou recordar neste evento que retrata os usos e costumes de tempos antigos e que durante os três dias do festival irão dar um colorido diferente às vilas de Alcoutim e Sanlúcar de Guadiana.

Este ano o evento estende-se também durante o dia à Praia Fluvial do Pego Fundo, em Alcoutim, onde o visitante poderá visitar a Mostra de Cerveja Artesanal do Festival.

 

 

 

Serão três dias de sons e artes da Península Ibérica e do Mundo…barulho, algazarra, ritmo e alegria…das sacas do contrabando irão sair uma parafernália de instrumentos, objetos e adereços com que vários grupos e artistas irão transmitir ao visitante do Festival o espirito do Tráfico de Artes no Guadiana.

Desde os sons mais típicos da Peninsula Ibérica, como a arte do Flamenco com grupos como a Compañia Laura Guastini, Argamasa Flamenca ou os Sones del Sur, passando por acordes de tradição de festas e celebrações populares com os “Tamborileros Los Bravos” de Cerro del Andévalo ou o Grupo de Cantares Sete Vozes, vindos das Beiras, não esquecendo os sons do Algarve, com os acordeonistas António Manuel e Ernesto Baptista e os ranchos folclóricos da região, com os seus bailes de roda como o Rancho Folclórico da Casa do Povo da Conceição de Faro e o rancho Folclórico do Azinhal de Castro Marim, nem as tradições dos nossos vizinhos alentejanos com a participação dos Ganhões de Castro Verde, os Chocalheiros de Vila Verde de Ficalho, os Modas c’ Sotaqui e o grupo Cavaquinhos do Mira. O fim de semana ainda será animado com as participações de mais grupos musicais, como os Volta e Meia, a Charanga “Os Batatas” , o Grupo do Coreto, os Trip Hazard  e os Versus Tuna – Tuna Académica da Universidade do Algarve, que com a música popular animarão o evento.

À noite no cais, atuarão grupos com sons mais ecléticos e outras tendências. Na sexta feira o festival irá  receber de novo a um grupo que o visitou na primeira edição os SANTUKA DE FUEGO com a sua arruada Batuklown Añejo, onde os palhaços de outrora animarão o recinto com a sua música contagiante e no sábado os Deabru Beltzak, com o seu espectáculo SU A FEU, onde a percussão com fogo será a rainha da noite.

No Castelo da vila os sons mais tradicionais servirão para momentos de conversa e convívio, com os Urze de Lume na sexta feira à noite, e o Fado “maroto” de Nani Nadais e fado do povo de Susana Martins, no sábado, seguido de ritmos que quebram fronteiras, unem culturas e convidam a um pezinho de dança por DJ Perro Andaluz, nas duas noites.

Para aqueles que aguentam a festa também à noite e desejam segui-la em ritmo de dança e festa na Praia Fluvial do Pego Fundo terá o seu espaço no programa do Festival. No Está-se Bem Beach Club haverá concertos dos Vide Versos (Rock & Roll covers).na sexta feira seguido da Festa Remember 70"s e 80's com o DJ Karlocci e de Baile Tradicional com os Recanto no sábado, seguido de Festa Remember 70's, 80's e 90's com o DJ François. No domingo a programação da praia contará com Música ao vivo com os Al Guitar Duo (Guitarras acústicas) e Festa de Encerramento dos 3 dias do festival, com o artista e Dj Robrt Black.

 

Nas animações de teatrais durante os dias de festa o visitante poderá ver artistas e companhias de várias origens do Mundo, estreias mundiais e estreias em Portugal. Na sexta feira, a Companhia El Espejo Negro, de Málaga, irá trazer uma trupe cigana com o seu teatro e baile flamenco de marionetas, e animará o final de tarde na vila de Sanlúcar de Guadiana.

Sábado e Domingo poderão ver-se espetáculos de novo circo como “Gùshi”, de Brunitus, artista argentino, com malabarismos com diablos, ou “Oyun”, com malabarismos com tachos panelas e outros utensílios de cozinha, da também companhia argentina El Fedito. Vinda da Suíça, a artista Anita Bertolami irá actuar com o seu espetáculo de marioneta humana “Trasfiguro” pelas duas vilas. No sábado pela, a Companhia Chilena Penélope y Aquiles, irá apresentar o seu espetáculo “ El Señor des Baldufes”, com acrobacias e malabarismos que tem o jogo do pião como tema central. De Portugal virão também artes de Rua com os espetáculos “Gigantes do Alentejo”, com música alentejana em andas, “AI XICO XICA”, com atuação folclórica de marioneta Humana, ou as estátuas vivas de Strapafourd Art Alive, com “ O Beijo”, vencedor do campeonato do mundo de estátuas vivas 2019, em Amsterdão, e ainda “ Alma Lusitana”.

As ruas das duas vilas estarão cheias de personagens de época com a participação das Companhias de Teatro Água Ardente, de Setúbal, a Companhia Latanana, de Sevilha, a Maskarada Garnacho e o Jogo do Pau.

 

Durante os três dias do evento a Casa dos Condes, Alcoutim apresenta aos visitantes duas exposições, “O QUE A TERRA DÁ” -Exposição de Fotografia de Telma Veríssimo e "ARTESANATO É FUTURO”, exposição, oficinas e ateliers de artes tradicionais por TASA

E no decorrer destes três dias de festa os visitantes são convidados a participar através da 4ª edição do Concurso de Fotografia Tráfico de artes no Guadiana, e este ano, a organização desafia todos a participar no evento com trajes de época, sendo posteriormente realizado um sorteio para pessoas trajadas à época.

Muita festa e animação musical em três de primavera…o final de março já está quase aí e o programa do Festival chegará dentro de pouco.

 

4ª Jornadas do Contrabando e Memórias de Fronteira

dia 14 de fevereiro - 09h30 – Salão Nobre da Câmara Municipal de Alcoutim

Consulte aqui o programa

O contrabando foi a “arte” de comercializar às escondidas dos olhos da lei e dos governos, respondendo às necessidades e dificuldades das gentes raianas. Alimentos básicos como ovos, farinha e amêndoas, foram transportados, pela calada da noite, de um lado ao outro da fronteira. Para além dos bens materiais partilharam-se sentimentos, conhecimentos e alimentaram-se sonhos.

Vivemos no “tempo” das memórias. Atualmente, com o crescente interesse pelo património cultural faz todo o sentido registar e estudar as “memórias” do contrabando numa perspetiva de melhor entender a identidade local e contribuir para a discussão do despovoamento do interior e especialmente nesta zona raiana. As gerações que viveram o contrabando tradicional estão a desaparecer, perdendo-se a sua cultura e sentido de sobrevivência. Com eles perdem-se conhecimentos, passados entre gerações, que foram acumulados ao longo dos anos.

As quartas jornadas do contrabando, a realizar em Alcoutim no dia 14 de fevereiro de 2020, vão trazer a várias perspectivas desta atividade raiana (entenda-se guardas e contrabandistas).